quarta-feira, 17 de abril de 2013

Médicos querem restringir venda de anti-inflamatórios

"Somos uns dos campeões mundiais no uso dessa classe de medicamento. Eles são importantes, úteis, mas quando usados de forma adequada", afirma Anthony Wong

A ideia, portanto é estabelecer como regra geral para todos os anti-inflamatórios, o que já acontece com alguns medicamentos da classe e todos os antibióticos

Brasília - Um dos campeões de vendas nas farmácias e da automedicação, os anti-inflamatórios estão na mira das sociedades médicas. Com aumento de complicações e atendimentos de urgência provocados pelo uso inadequado, algumas entidades passaram a defender uma mudança na forma da prescrição.

A proposta é que todos os medicamentos dessa classe sejam vendidos com a retenção de uma cópia da receita.
"É preciso fazer algo. Boa parte dos atendimentos de urgência, como hemorragias e lesões agudas gástricas, é provocada pelo uso exagerado do remédio", afirma o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, José Roberto Almeida.
"Somos uns dos campeões mundiais no uso dessa classe de medicamento. Eles são importantes, úteis, mas quando usados de forma adequada", afirma o diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Anthony Wong.

Um dos principais erros, diz Wong, é usar anti-inflamatórios como ferramenta para reduzir a dor. "O remédio não foi desenvolvido com essa finalidade." Ele atribui a grande incidência de complicações ao desconhecimento das interações que o medicamento pode trazer. "Geralmente esse tipo de remédio é usado por pessoas idosas, que já têm outros tipos de problemas."

A ideia, portanto é estabelecer como regra geral para todos os anti-inflamatórios, o que já acontece com alguns medicamentos da classe e todos os antibióticos.
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirma que pedidos de regras mais rígidas já chegaram à agência. "Por enquanto temos outra prioridade. Não acreditamos que o comportamento possa ser mudado só com o aumento de restrições."
Barbano diz que a agência quer encontrar mecanismos para fazer valer uma regra antiga, mas que raramente é respeitada: a necessidade da apresentação da receita para remédios de tarja vermelha. Em fevereiro, a Anvisa publicou pela segunda vez um edital para interessados em participar de uma força de trabalho encarregada de estabelecer medidas para estimular o uso racional de medicamentos. Cerca de 120 inscrições foram feitas. A expectativa é a de que até o fim do ano uma política já esteja traçada.

A intenção é alertar a população sobre os riscos da automedicação, chamar a atenção dos locais de venda para a necessidade do cumprimento das regras e reforçar a vigilância. "Vamos alertar todos os setores envolvidos, discutir estratégias de tal forma que, quando a cobrança começar a ser feita, ninguém possa dizer que não estava preparado."

O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, considera acertada a estratégia da Anvisa. "Toda venda de medicamento com tarja deve ser feita mediante a apresentação da receita." Para ele, a automedicação tem de ser reduzida não com mais burocracia, mas com a criação de campanhas de esclarecimento.

Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, concorda. "É preciso exigir receita, mas também garantir o acesso da população a atendimento médico", disse. "Enquanto o acesso for difícil, as pessoas vão recorrer ao palpite da vizinha ou aos medicamentos sugeridos nas farmácias." Roberto Almeida diz que atividades educativas são imprescindíveis. "Se isso não funcionar, é preciso pensar em algo mais restritivo."

Vendas

Em 2012, 129.279 caixas de anti-inflamatórios foram vendidas no País, segundo o levantamento feito pelo Sindusfarma e IMS Health. Essa classe de medicamentos, representa 4,9% da movimentação do setor. Em 2010, haviam sido vendidas 106.043, ou seja, uma alta de 21,9% em dois anos. "Houve um aumento, mas equivalente ao crescimento que ocorreu no mercado neste período", diz o presidente do sindicato. Em 2012, foram vendidas no País 2.587.868 caixas de remédios, uma alta de 25% em comparação ao total de 2010 (2.069.607). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://exame.abril.com.br/ciencia/noticias/medicos-agora-miram-anti-inflamatorio?page=1
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terça-feira, 26 de março de 2013

Os alimentos que ajudam (ou não) a dormir melhor


Comer para dormir

Andrew Richards / Stock Xchng

São Paulo – Na hora de fazer dieta, quase sempre o ponto mais valorizado é o emagrecimento, mas uma pesquisa recente mostrou que a alimentação está diretamente relacionada à qualidade do sono. Outros estudos anteriores já haviam apontado uma relação entre os problemas para dormir e o excesso de peso, mas esta é a primeira vez que alimentos específicos são enumerados como importantes nesse jogo.O trabalho, divulgado recentemente pela publicação científica “Appetite”, foi feito pela Perelman School of Medicine, da University of Pennsylvania, nos Estados Unidos. Os responsáveis usaram informações registradas em 2007 e 2008 a respeito da quantidade de horas dormidas por noite e os hábitos alimentares dos participantes para chegar à conclusão de que uma dieta balanceada e variada é muito benéfica para um bom descanso.No estudo, os padrões de duração de sono foram divididos entre os grupos: normal (de sete a oito horas por noite), longo (nove ou mais horas), curto (cinco a seis horas) e muito curto (menos de seis horas). Percebeu-se, então, que comidas consumidas pelos que conseguiam ter sono “normal” eram diferentes em relação a outros grupos (que sofriam de insônia ou dormiam demais). A seguir, você confere quais itens foram encontrados a mais e a menos na rotina de quem dorme mal e que podem dar uma pista sobre como melhorar a qualidade das suas noites.

Água
A ciência já revelou vários benefícios de tomar a quantidade recomendada de dois litros de água por dia, como a melhora da pele, o auxílio na perda de peso, alívio de dores de cabeça, entre outros. O estudo da University of Pennsylvania adicionou outro: a qualidade do sono. De acordo com os resultados do levantamento, pessoas com padrão de noites curtas e muito curtas costumam beber menos desse líquido do que aquelas que têm o descanso normal.
Licopeno
Tomate, mamão, melancia e goiaba são alguns exemplos de alimentos ricos em licopeno, um antioxidante que reduz os danos causados às células pelos radicais livres e previne doenças como o câncer. Na pesquisa, percebeu-se que o papel dessa substância é valioso, já que quem dorme períodos muito curtos mostrou ter pouco dela no organismo.
Carboidratos totais
Cortar os carboidratos da dieta pode significar prejuízo do sono. Os cientistas descobriram que há uma ligação entre o baixo consumo de carboidratos totais (ou seja, o conjunto total deaçúcares, como pães, massas, cereais e frutas, consumidos pelo indivíduo, em um dia) e o sono com intervalos muito curto e longo. Isso mostra a importância de um cardápio bem equilibrado, com todos os elementos necessários, para que as noites de descanso sejam melhores.
Vitamina C
Além de ajudar na formação e na resistência de ossos e dentes, melhorar o sistema imunológico e evitar males, como gripe e outras doenças infecciosas, a vitamina C é boa para o sono. Segundo o trabalho desenvolvido, o baixo consumo de alimentos com esse nutriente, como acerola, laranja, limão, morango e kiwi, foi detectado em pessoas que tinham noites mais curtas do que o recomendado.

Selênio

Presente principalmente em comidas como castanha-do-pará, nozes, carnes e mariscos, o selênio, quando em falta, contribui para períodos mais curtos de sono (logo, menos descanso). Além de melhorar a qualidade das noites, consumir quantidades adequadas desse antioxidante é útil para o crescimento e fertilidade, assim como prevenir doenças cardíacas e certos tipos de câncer.
Teobromina
Esse alcaloide chamado teobromina é encontrado principalmente no cacau, no chocolate, na semente de guaraná e no chá. Os cientistas identificaram sua relação com o sono ao perceberem que pessoas que dormem demais (o que pode ser prejudicial à saúde) têm pouco dessa substância no organismo. Esse nutriente já foi reconhecido como um bom vasodilatador, além de ser útil no tratamento da asma. Mas é importante ter cuidado no chocolate, na semente de guaraná e no chá. Os cientistas identificaram sua relação com o sono ao perceberem que pessoas que dormem demais (o que pode ser prejudicial à saúde) têm pouco dessa substância no organismo. Esse nutriente já foi reconhecido como um bom vasodilatador, além de ser útil no tratamento da asma. Mas é importante ter cuidado no consumo, pois, em excesso, ele pode causar insônia. 

Ácido dodecanoico

As propriedades anti-inflamatórias e que ajudam o sistema imunológico não são as únicas vantagens do ácido dodecanoico. Esse ácido graxo foi encontrado em poucas quantidades nas dietas de quem dorme além da conta (assim como a teobromina), indicando sua importância para uma boa noite de descanso. O nutriente é comumente encontrado no óleo de coco e de palma, e no leite de vaca, de cabra e materno.

Colina
Pouca colina na dieta resulta em problemas de excesso de horas dormidas por noite, de acordo com o estudo. Esse nutriente faz parte do complexo de vitaminas B e é encontrado principalmente no ovo. Além de atuar no sono, a colina é boa para a saúde dos olhos.                                                                                                                                                    


Álcool

Além dos itens que ajudam a dormir melhor, há também aqueles que prejudicam o sono, como o álcool. Por isso, antes de tomar aquele drink para relaxar e descansar, melhor pensar duas vezes. Segundo a pesquisa, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas está associado aos períodos mais longos de sono, que podem prejudicar a saúde, favorecendo o desenvolvimento de doenças como as cardiovasculares e depressão. Isso sem falar que o álcool dificulta a respiração durante o descanso e pode piorar sua qualidade. 

Luteína e Zeaxantina

Responsáveis pela coloração de peixes, aves e vegetais, a luteína e a zeaxantina são substâncias cujo consumo excessivo está ligado a noites curtas de sono, de acordo com o estudo da University of Pennsylvania. As frutas, legumes e verduras de cor amarela, alaranjada e verde, como nectarina, laranja, mamão, pêssego, brócolis, couve de Bruxelas e milho, são as que mais apresentam esses elementos. Mas não é preciso evitar nada disso. Uma dieta equilibrada é a recomendação dos pesquisadores para quem deseja ter o sono dos justos.

Fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/saude/noticias/os-alimentos-que-ajudam-ou-nao-a-dormir-melhor#1

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Lei determina que SUS trate câncer em 60 dias


                   Para médicos e entidades ligadas a pacientes, a lei representa uma boa notícia
São Paulo - O paciente com câncer atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) deverá começar a receber tratamento em até 60 dias após o diagnóstico. Na prática, a média de espera por alguns procedimentos chega a quatro meses. De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado em novembro do ano passado, pacientes com indicação para radioterapia aguardam, em média, 113,4 dias.
O prazo foi determinado pela lei 12.732, sancionada pela presidente Dilma Rousseff na quinta-feira e publicada ontem no Diário Oficial da União. Para médicos e entidades ligadas a pacientes, a lei representa uma boa notícia. A questão é como a regra, que entrará em vigor daqui a 180 dias, será posta em prática.
Segundo o médico Robson Ferrigno, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a lei é impossível de ser cumprida. "Não há estabelecimentos nem médicos suficientes. Existe uma demanda reprimida muito alta, inúmeros pacientes na lista de espera. Precisa de mais investimentos e de mais contratações de serviços. Se não fizer parcerias público-privadas, não vejo acontecer." Ele observa que uma boa iniciativa do governo é o projeto de estruturação de 80 serviços de radioterapia até 2015. "A ressalva é o prazo grande. O ideal é que o governo contrate serviços para ajudar na demanda."
Para o diretor-geral do Hospital de Câncer de Barretos, Henrique Prata, a política recente relativa à radioterapia - que aumentou o valor repassado para as instituições que atendem pelo SUS - foi bem-sucedida em diminuir as filas. "Quando o SUS passou a pagar bem a radioterapia, nossa fila, que era de 1.200 pacientes, diminuiu para 400. Com a simples resolução de pagar bem o serviço, todo mundo se interessou em oferecer o tratamento pelo SUS."
Ele acrescenta que, se for feito o mesmo para outros procedimentos, a aplicação da lei pode ser efetiva. Na unidade, que atende 3.500 pacientes por dia, a demora para o início do tratamento, que era de 60 dias até 2011, passou para 80 dias. "Estamos recebendo uma demanda muito maior do que nossa capacidade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/lei-determina-que-sus-trate-cancer-em-60-dias